Divagações niilistas de um cético existencialista

Por mais que eu tente  Não a encontro  Ela foge de mim Como um louco do manicômio  Desisto e dela me abstenho  Pois o esforço necessário para obtê-la Requer tempo e disposição  E isso,senhores,são imperativos que não carrego  A desejo para outrem  Ao menos presumo  Que farão melhor usufruto  E com isso produzirão belos frutos Quem se propõe a encontrá-la  Já digo de antemão  Se apossar desse sentimento  Pode resultar numa enorme frustração

Sinceramente  Não sei o que fazer Por onde devo ir Ou a quem irei recorrer  Vejo-me num labirinto  Cuja saída não a encontro  Serpenteio por entre as esquinas  Mas sempre acabo no mesmo ponto  Já tentei de todas as maneiras  Encontrar uma justificativa  Mas todas elas se mostraram insuficientes Perto da dor e da angústia que a mim me afligia Sinceramente  Só me resta esperar  O tempo curar as feridas e tormentos  Que me paralisam e me impedem de continuar

Fui contaminado  Por esse sentimento traiçoeiro  Que coloca em dúvida Nossas convicções e desejos  Nunca pensei  Que ele voltaria tão forte Mas não temos como prever O que ou quem determina nosso norte  Tenho que me policiar  E não permitir que isso que carrego  Volte a me dominar  Senão a fortuna da vida irá me deixar