Divagações niilistas de um cético existencialista

Por que tudo é assim  Nada neste mundo me deixa feliz Não sei o que fazer  Talvez eu beba um pouco ou dance para valer Nada e nem ninguém  Até hoje foi capaz De verdadeiramente me conquistar  Deva ser por isso minha insatisfação em não suportar  A mesmice e os velhos clichês  De receitas prontas Que não me agregam em nada E só me fazem sofrer  Nada de verdade eu nunca quis Só desejo ficar no meu canto e relaxar  Com uma garrafa de vinho ouvindo Kiss E depois me banhar para com meu cachorro poder passear

Se você não ligar para mim Me sentirei tão triste  Quanto um pássaro  Sem a sua ração diária de alpiste  Se você quiser ficar Seja direto e franco  Pois não posso conviver  Com a dúvida de que ainda podemos fazer planos Se você não quer mais me amar Ficarei muito mal Mas não posso te obrigar  A sentir por mim um amor real  Se você de repente me enxotar  Dos seus sonhos e planos Não poderei fazer nada  A não ser lamentar

Algo me perturba Não sei bem o que é  Talvez seja só um delírio  De uma mente muito fecunda  Acordei hoje pela manhã  Pensativo e inquieto  Tentei voltar para os braços de Morfeu  Mas a bendita perturbação insistia no seu empreendimento  De não me querer deixar  Ao sono dos justos retornar Maldita perturbação  Que me faz acordar a essa hora da manhã  Todavia creio Que tal desassossego  Carregue consigo um contexto Resultante das experiências que venho tendo

Sou um pobre diabo  Perdido em meio aos ruídos dos sábios e incautos  Peneirando o que devo absorver  E,assim,evitar um destino amargo Sou um pobre diabo  Que não sabe mais o que é necessário  Para continuar lutando neste mundo  Repleto de obstáculos  Sou um pobre diabo  Que anseia alcançar  Um ponto de convergência  Que me permita respirar  Sou um pobre diabo  Que erra e acerta  Se apaixona e se dilacera  Mas que sustenta lá no fundo uma fagulha de esperança pela alegria eterna

Não sei mais em quem confiar  Para quem devo desabafar  Se ainda vale a pena me entregar  Ou até mesmo por uma pessoa me arriscar  Depois de tantas tentativas  Conversas e gestos altruístas  Não sei mais se investir nesse tal amor É de fato uma boa iniciativa  Não sei mais Se ainda tenho amigos  Sonhos ou compromissos  Mas sei que um vácuo de dor e sofrimento se apossou dos meus sentidos  Não sei mais  O que realmente sinto  Pois num dia me contamino pela esperança  No outro me decepciono ao concluir que tudo foi uma ilusão de um ingênuo perdido

Preciso renascer E dos meus hábitos e vícios me desfazer Para que eu possa dar início  Ao novo ciclo que estou prestes a viver Deixar as coisas velhas do passado  Seguir adiante E sob nenhum pretexto  Me culpabilizar pelos erros de antes Sei que conseguirei Só preciso ter disciplina e ritmo Não titubear diante das facilidades Deste mundo caído  Com fé e esperança  Devo seguir em frente  E assim como fênix  Renascer para me tornar um novo ente