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Mostrando postagens de abril, 2025

Não permita

Senhor Venho até Ti para suplicar Não permita que eu incorra nos mesmos erros Mas me dê discernimento para me afastar de sentimentos traiçoeiros  Não permita  Que eu caia em desgraça  Mas se isso ocorrer  Que sirva de lição para minha pobre alma  Não permita  Que os meus inimigos  Muitos deles desconhecidos  Tenham o gosto de ver eu humilhado e caído  Não permita  Que os meus equívocos e julgamentos precipitados do passado  Se tornem no presente um fardo Pois sei que tudo pelo que passei foi necessário

Me sinto

Me sinto um lixo Tenho nojo do que me tornei Parece que perdi o pudor E acabei me tornando naquilo que sempre desprezei  Me sinto mal  Não sei como externar  A podridão espiritual que carrego  Me olho no espelho e vejo um sujeito que se perdeu nos pensamentos e deixou de sonhar  Me sinto um trapo imundo Acho que nem isso  Pois o trapo ainda serve para algo  Enquanto eu só existo  Me sinto Ou melhor, já nem sinto  Aquele frescor e ardor Que me fazia querer conquistar o mundo sozinho

Depois

Depois do êxtase  Vêm o vazio E junto com ele o arrependimento  De saber que o efeito do prazer é passageiro  Um sentimento amargo  Contamina a alma E nos faz lembrar  Que tal sensação não suprirá as dores amargas Mas mesmo sabendo disso  Ainda insistimos  Que a próxima dose Resolverá as angústias e aflições da nossa condição de bicho  Órfão de um sentido ulterior  Que somente poderá ser preenchido  Se tivermos plena consciência  Da inutilidade das vantagens que nos cegam pelo capricho  De acharmos que temos o controle  Mas aí é que reside o engano  Pois lá no fundo sabemos  Que nada disso tem o poder de proporcionar um pleno descanso

Penso

Penso que penso Ou já será que não penso  Pois o pensamento que carrego  Pensei sem pensar com esmero Pensei que pensava Mas o pensar que pela minha cabeça passava  Não era mais que o fruto  De um devaneio que a mim me atormentava   Mas o pensar é vital Pois sem ele não podemos chegar A conclusão definitiva  Que só pode ser alcançada no ato mesmo do pensar Pensar me leva  A conclusões inconclusas  Por isso penso Para não sucumbir a loucura

Por que

Por que As coisas precisam ser assim  Sinto coisas dentro de mim Que me fazem querer fugir Por que  Tenho que conviver  Com esses sentimentos  Que me atormentam e me fazem sofrer  Por que  Me importo tanto  Com banalidades do cotidiano  Que me apequenam e me tornam menos humano  Por que  São tantas questões  Que se apresentam ao meu coração  E cujas respostas não as encontro em nenhum canto ou situação