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Mostrando postagens de março, 2025

Persisto

Se ainda persisto  De fato deve haver Algo em mim Que precisa ser cumprido Se ainda persisto  É porque ainda acredito  Que o que me atinge Não é maior do que o meu destemismo  Se ainda persisto  Não significa que eu seja ingênuo  Pois sei dos males e desvantagens  Que ainda me esperam no trajeto  Se persisto  É porque ainda cultivo  Lá no meu íntimo  A esperança de que um dia tudo isso será resolvido

Só quero

Neste momento  Em que me encontro  Só desejo ter um tempo para mim E me afastar das coisas que antes me deixavam "feliz" Agora  Só quero descansar  E do mundo me apartar  Pois seu ruído ensurdecedor  Me causa às vezes um profundo furor  Só desejo  Neste exato instante  Me recobrar das feridas Que minha alma sofreu  Consequência das aventuras que meu ego promoveu  Só quero  E isso eu espero  Encontrar aquela fagulha cintilante  Onde tudo se clarifica e não resta mais nenhuma dúvida restante  Só quero  Fugir das picuinhas e dos mistérios  Que tornam a vida de qualquer pessoa  Um enigma sem um trajeto correto

Sem saída

Cheguei a constatação  De que para mim não há saída  Talvez eu viva desse jeito  Até o último instante da minha vida Me vejo diante de um labirinto  E nele não encontro um refúgio  Vivo num eterno ciclo  De idas e vindas sem futuro  Confesso que estou cansado  De ter que me submeter a essa situação  Me sinto como Sísifo  Carregando uma pedra de escravidão  Acho que estou à deriva Sem um rumo certo Apenas existindo  E usufruindo dos subterfúgios sem nenhum alento

Um dia

Um dia Não estaremos mais aqui Seremos apenas lembranças  E com o tempo ninguém mais se lembrará de ti Todas as suas preocupações  Expectativas e frustrações  Não valerão de nada Quando você estiver a sete palmos do chão  Lá embaixo  Seu corpo servirá de um grande banquete  E dentro de alguns meses  Só restará ossos daquele belo corpo que se olhava no espelho  Enquanto isso  Aqui em cima Os que ainda não se foram Gozarão das delícias da vida sem nenhum remorso

Quem sou

Quem sou eu  Um homem desvalido  Sujo e maltrapilho  Em busca de um sentido  Quem sou eu  Eu já não sei  Tentei de todas as formas  Mas nenhuma resposta encontrei  Quem sou eu  Sou aquele rapaz  Que sabe o que faz  Mas que se nega a viver em paz  Quem sou eu  Eu sou o que sou  Ou será que já não sou  Pois minha razão me abandonou  Quem sou eu  Sou o diabo de mim mesmo  Que corre em busca do erro  Para não ter que o mundo vê-lo

Cansa

A verdade  É que tem horas  Que a gente cansa E não conseguimos atingir a cota A gente cansa De fingir Ser algo que os outros esperam  E isso para mim não me torna um ser completo  Cansa Mas como cansa Ter que cultivar dentro nós  Uma falsa esperança de que amanhã será melhor  Cansa Tentar e não atingir  As metas e sonhos Que planejamos e não conseguimos progredir