Divagações niilistas de um cético existencialista

Ainda me lembro  Dos teus lábios  Tocando nos meus E por um instante esquecia do tempo  Ainda me lembro  Do teu cheiro  Daquele corpo macio Que me levava ao desespero  De não querer te perder  Pois sabia que se não te visse outra vez Sofreria uma dor indizível  Que me levaria à loucura e ao desprazer  Queria poder Reviver aquele momento  Para que essa saudade que carrego  Possa cessar por completo

A gente acha  Que tem o controle da situação  Mas quando menos se espera  Somos dominados pelas nossas emoções  Por que em certas situações  Não permito que a minha razão  Seja a condutora da minha ação  Mas a delego para algo que foge das minhas mãos  Tantas vezes Estraguei tudo  Por permitir que a sensação  Se sobre saísse a razão  Quando o remorso e a amargura se instala  Dela não temos como escapar  Pois tais sentimentos são o resultado  De termos permitido ao nosso coração falar mais alto

Sinto-me angustiado  Um vazio enorme dentro de mim Que se apossou da minha alma  E não me permite repousar nem por um triz Não sei o que de fato transcorreu  Para que eu chegasse nesse estado  Por isso,Senhor,te peço  Que não me desampare nesse momento de profundo desespero  Essa dor que grita lá no fundo do meu ser E que como um pobre esfomeado  Não para nem por um instante  De saciar sua vontade de querer me ver sofrer  Meu Deus,me ajude  Agora mais do que nunca  Pois o âmago desse que vos suplica  É de alguém que necessita da sua mão amiga

O que será  Que de fato ocorreu  Para que eu não percebesse  O desfecho que se deu Foi ingenuidade  Ou orgulho  Que me cegou  De que eu não era aquilo tudo  Será que  Mais uma vez Iludi a mim mesmo  De que tal oportunidade não passaria de um devaneio A verdade será revelada  E quando ela se manifestar  As coisas que se encontram nebulosas Serão mostradas de uma maneira espetacular