Divagações niilistas de um cético existencialista

Desejo-te o mais verdadeiro dos silêncios  Para que possas gozar  Do mais profundo sono  Que te permitas descansar  Entre aqueles que não podem contemplar  A verdadeira natureza  Do que nos constitui  Enquanto seres dotados  De uma condição singular  Não devemos subestimar  Nossa situação  De sermos capazes de ultrapassar  Àquilo que nos prende ao nosso estado de contrição  Ai de mim,que pereço  Ai daquele que cochicha  Pois no fim não restará  Ninguém que dirá o que de fato ocorreu

Hoje é dia do poeta Aquele que em poucos versos Consegue transmitir  Nossas aflições e desesperos Hoje é dia do poeta  Aquele a quem recorremos  Quando não há mais sentido  No trajeto que percorremos  Hoje é dia do poeta O único que sabe As contradições que tecem O ser e viver dessa nossa viagem Hoje é dia do poeta  Nos alegremos  Pela sua existência  Pois do contrário morreríamos sem o devido aconchego

Não sei o que fazer Como proceder  Nas relações interpessoais Me enclausei como um inseto de Kafka Nada me satisfaz  Nem videogame  Nem política  Muito menos a minha vida Será que é chegada a hora De pôr fim a toda essa história  Sem sentido e propósito  Que só me faz suprir necessidades básicas Toda essa mesmice Todo esse cotidiano que nunca muda Parece que será assim por um bom tempo Pois só os justos sofrem dessa maneira