Divagações niilistas de um cético existencialista

Não preciso pagar dízimo Me confessar com o padre Fazer um voto para o santo Nem frequentar uma igreja Pois sei que estou Nele E Ele está em mim E mesmo que eu queira Jamais deixarei de fazer parte Dele Pois Ele é o Alfa e o Ômega O criador de tudo E juiz de todos Não podemos fugir Dele e da sua criação É inútil resistir A sua justiça Sua misericórdia E indiferença para com os iníquos tenazes  O quer que façamos O quer que digamos O quer que pensamos Nada está oculto perante Ele Podemos até negá-lo Mas não podemos Sob hipótese alguma Deixar de reconhecer que Nele tudo existe e é

Está consumado O sacrifício do cordeiro Pois foi necessário Para pagar nossos pecados Mas somos merecedores Do sofrimento que Ele passou? Pois não tínhamos esperança Mas sua misericórdia nos salvou Eis que no terceiro dia Subiu aos céus E provou ao mundo inteiro Que Ele é a resposta Só temos a agradecer Por sua infinita providência Já que era pra nós estarmos no seu lugar E sofrer as penalidades de nossas imprudências Como é bom Belo e justo Na medida em que podia nos condenar Optou por amar os pecadores imundos

Do que verdadeiramente Estou atrás? Se tudo que faço No fundo não me satisfaz? Faço novas amizades Me envolvo com pretendentes Conheço novos lugares Mas nada disso preenche o que está latente Peço um auxílio ali Invoco um santo acolá Mas parece que estou falando com as paredes Pois nada disso parece funcionar Atrás do que? Não é melhor nada fazer Frear meus desejos E minha carne e fantasias amortecer?

Não sei o que fazer  Meu coração está dividido Um amor mora em Suzano Eamor AngústiaAngústia Não sei o que fazer  Meu coração está dividido Um amor mora em Osasco E o outro moro em Guarulhos Cada um tem detalhes Que me deixam seduzidos Um tem o rosto delicado E o outro tem um lábio tão bonito Mas como decidir Se meu coração está partido Se atendo a um O outro ficará sozinho Meu peito não resiste Passar por esse martírio Mas na vida é assim Só posso escolher um para viver comigo. Não sei o que fazer  Meu coração está dividido Um amor mora em Osasco E o outro moro amor Guarulhos Cada um tem detalhes Que me deixam seduzidos Um tem o rosto delicado E o outro tem um lábio tão bonito Mas como decidir Se meu coração está partido Se atendo a um O outro ficará sozinho Meu peito não resiste Passar por esse martírio Mas na vida é assim Só posso escolher um para viver comigo. outro moro em Guarulhos Cada um tem detalhes Que me deixam seduzidos Um tem o rosto delicado E o outro t...

Nesta vida Quem não enlouquece Perece nas lágrimas e preces Dos algozes e suas marionetes Como levar nossa existência adiante Se a todo instante Nos defrontamos com a iniquidade Daqueles que não parecem ter alma? Como não enlouquecer Ao perceber Que nosso jeito de ser Não produz mudanças no outro ser? Só indago a quem tudo comanda Que até agora me espanta Não ter enlouquecido Perante tudo a que tenho visto e sentido.

Me iludi Acreditei que mudaria Mas o tempo só serviu Para abrir mais feridas Não sei que esperança é essa Que tantos tem De que no futuro ou na outra vida As coisas serão diferentes Sinto informar Mas tenho receio De que tudo que vemos  É tudo aquilo que de fato há para contemplar Não se iludam Como me iludi  De que o tempo tudo cura Ele apenas nos dá tempo de superar os erros.

Eis que ele vem De forma sorrateira Inflar no seu coração O desejo e a tentação Muitos tentaram Poucos conseguiram Se esquivar de suas artimanhas E do seu charme irresistível Resistir a ele Não é uma tarefa fácil Pois ele conhece nossas fraquezas E usa contra nós para seu deleite e proveito  Mas nem tudo está perdido Pois temos a quem recorrer Sua misericórdia é infinita E com Ele podemos vencer.

Eis a questão Que angustia meu coração Encontrar uma resposta Que responda essa questão Não sei se a encontrarei Talvez algum dia, não sei Mas enquanto ela persistir Obstinado serei até um dia descobrir Investirei todas minhas energias Para que com ela possa encontrar a saída Que me levará a encaixar as peças perdidas Solucionando essa tarefa cheia de armadilhas Mas se porventura não encontrar A conclusão que me levará Ao encontro daquilo que me solucionará Então só me restará viver num eterno suplício.

Eis o nosso lar Palco de inúmeros acontecimentos Cenário de incontáveis encontros Cova de milhares de passageiros  Berço de futuros gênios  Escola dos teimosos e grosseiros Faculdade dos inquietos e interesseiros PhD dos que captaram a essência do processo Não me furto a dizer Que tudo isso não resume A essência que nos torna Únicos em meio a todo esse imbróglio Uma multiciplidade de sóis e celestes  Que transcende qualquer racionalidade E que nenhuma espaçonave Até hoje foi capaz de por completo decifrar.

Não sei a quem recorrer Confesso que não tenho a quem clamar Será que de fato existe alguém Que poderá o meu destino mudar? Pedir a Deus? Será? Evocar alguma outra divindade O mesmo efeito surtirá? Creio que não há quem possa impedir A inexorável força que nos conduz Para o inexplicável desfecho Que só cada um pode viver e sentir Não tenho o poder Muito menos você De evitar aquilo Que o destino já traçou para cada um de nós.

Se porventura tudo der errado Se meus esforços de tentar melhorar falharem Não herisatei em recorrer a decisão final Se não conseguir sair dessa situação Se não suportar lidar com a minha aflição Receio que terei que optar pela decisão final Se não encontrar saída Para sair dessa armadilha que eu mesmo criei Receio que terei que optar pela decisão final Não sei o que será de mim pelos próximos dias Não sei se até o dia derradeiro terei fibra Mas se não tiver terei que optar pela decisão final.

Quantas vezes fui perguntado Como ia o meu dia E eu com uma ironia deprimente Dava uma resposta positiva Mas lá no fundo sabia Que minha resposta não correspondia Ao que de fato ocorria Com minha alma sofrida Mas precisava emular Sentimentos falsos mostrar  Para que os outros não pudessem notar O inferno pessoal que tinha que enfrentar  O consenso diz  Que a vida é assim E se perguntar se dá para mudar Os pessimistas de ocasião dirão que não há.

Reflito que se tivesse feito aquilo Se tivesse ouvido aquela pessoa Se tivesse ido por aquele caminho Evidente que não passaria pelo que estou passando Reflito que se tivesse seguido tal carreira Se tivesse investido naquela poupança  Se tivesse optado por A ao invés de B Decerto não passaria por muitos sufocos financeiros  Reflito que se amasse fulano Se casasse com ciclano Encerrasse com beltrano Não sofreria as agruras da paixão Reflito que se fosse mais prudente Cauteloso e prudente no ser e no agir Colheria frutos diferentes Mas não teria a inspiração para esse poema redigir.

Só desejo sumir Sumir de mim Sumir dos outros Sumir de tudo Não desejo mais nada Além de desmanchar no ar Não ser reconhecido Para que os infortúnios não possam me encontrar Não suporto a mesquinhez  Os olhares de desconfiança e desdém Se portar como alguém Que não condiz com aquilo que no fundo almejo ser Se me dessem a oportunidade De pelo menos escolher não existir Aceitaria de bom grado E me anularia por inteiro para dos meus demônios fugir.

Estava no meu pedestal Desfrutando das benesses da aprovação Mas como lúcifer em sua glória Acreditei que nada me derrubaria daquela situação Mas ao tomar conhecimento Fiquei sem reação Havia sido encurralado Por causa das minhas ações Não tinha como se escusar Nem se eximir da culpa Pois a acusação a que respondia Tinha uma fundamentação justa Mas como lúcifer Fui tomado de um sentimento Que me fazia acreditar Que tudo aquilo era um grande erro.

Vejo o tempo passar A idade se instalar A disposição se dissipar O ânimo de outrora se desmanchar Cultivei tantos sonhos Imaginei tantos cenários Me coloquei em tantas aventuras E no fim me encontro onde menos esperava Não ligo quanto aos outros Se me rotulam de um sonhador Um louco sem rumo e metas claras Alguém que não é digno de expectativa alguma Não estou aqui para isso Ser só mais um nesse circo Atendendo aos muitos caprichos Daqueles que não sabem brincar.

Me despedaçou O que senti nos últimos dias Me desintegrou O que causou minha ruína Não tenho palavras Não tenho explicações Para justificar o que fiz Só me resta agonizar com o tormento da razão Quem culpar? Quem procurar? Quem o dedo apontar e dizer Tú és o verdadeiro culpado Minha consciência não permite Ultrapassar essa barreira Pois ainda carrego dentro de mim A ombridade e a decência de minhas ações me responsabilizar.

Será que de fato mereço? Mereço passar por isso? Sofrer por isso? Me doar por inteiro por isso? Não seria mais prudente Esquecer os eventos recentes E me atentar para o fato De que não se pode mexer no passado? Padeço quando me lembro Que o que me levou para esse inferno Foi um simples ato imprudente E me puno e autoflagelo querendo a consciência satisfazer Sei que a consumação da ação Se reflete na consequência de sua intenção Mas como poderei me libertar dessa opressão Se em ninguém e lugar nenhum encontro salvação?

Sinto-me desolado Olho para os lados É só vejo obstáculos Daqueles que só a imaginação é capaz de criar Não encontro uma resposta Para essa grande incógnita Que a mim me assola De dia e de noite sem parar Me pergunto o motivo Que me levou a me encontrar nesse suplício Que me obriga a reconhecer que haviam outros caminhos Menos difíceis e mais plausíveis de se considerar Agora a desgraça está feita Não adianta se lamentar pelo triste desfecho Que você procurou em segredo Pois se optasse pelo belo razões não teria para se lamuriar.