Divagações niilistas de um cético existencialista

Quem acha que a vida é só se dar bem e não perder É um irresponsável incorrigível Quem acha que avisa é só feita de prazer Não entendeu o seu real sentido Se acha que a vida é receber e não oferecer Não é digno de uma ato solidário de um desconhecido Se que a vida é só experimentar e não teorizar Irá se frustrar em busca de um gozo fugaz Se que a vida é feita só de amigos Não percebeu que nela há também inimigos Se acha que é capaz de sozinho se virar Quando precisar de ajuda certamente não encontrará Se não percebeu que na vida há muitas armadilhas Cairá em muitas delas sem saber o motivo Se não ficar atento e vigiar Um desfecho tenebroso ela te reservará 

Por que? Por que isso e não aquilo? Por que depois e não agora? Se sei o que sei não tem o porquê de esperar Acontece que finjo Que minto Pois finjo que sei e que quero Mas a verdade é que na hora me desespero Por que? Porque me camuflo Em várias personas  Que não me traduzem nem me emocionam Por que? Por que certas coisas são assim? Por que não poderiam ser de outra forma? Por que me questiono se nem eu e muito menos você sabe a resposta?

Me desespero Pelo que que está por vir Me desespero Pelo que ainda não vi Não sei o que fazer Não sei como reagir Diante da inevitabilidade De algum dia poder ruir Uma ruína emocional Uma ruína existencial Que coloca em xeque minha visão Que tinha acerca de mim mesmo e das minhas ações Não sei a quem recorrer Não sei quem suplicar A única coisa que me resta a fazer É lamentar aquilo que ainda virá 

Aconteceu Não sei como aconteceu Só sei que aconteceu De eu me ludibriar Me ludibriar com a facilidade Facilidade de alcançar O que este mundo pode ofertar Ofertas atrativas Que cegam nossa percepção Não me julguem Pois o desejo é um agente Um agente que toma conta E não respeita o bom senso Este mal que carregamos Não sabemos como lidar Mas se nos atentarmos Certamente podemos domar